terça-feira, maio 31, 2005


Manuel, que terá 25 anos no ano 2030

Ontem, prevíamos que iria ser um europeu cosmopolita. Hoje, um português com fome. São as vicissitudes do non, ou a nacional vã glória de mandar postas de faneca?

sábado, maio 28, 2005


Gazeteira... eu???

1. Qual o último filme que viste no cinema?
Star Wars: Episode III Revenge of the Sith
Excelente ideia, Lucas ter desistido da terceira triologia. Só foi pena não ter desistido da primeira. Pensando bem, podia ter deixado a segunda inacabada. Que bocejo de filme! Só não saí passados quinze ou vinte minutos porque estava a meio de uma fila de atentos debilóides e já havia incomodado toda a gente ao chegar atrasada e carregada de sacos… tipo: desculpe, plafff, que chato dei-lhe com o saco na cara, com licença, plafff, desculpa, bolas, com licença, ah era a tua perna, plafff… Ainda tentei trepar pelas costas da cadeira ao fim de um quarto de hora e sair de fininho pela traseira baixa, mas os sacos não permitiam um alpinismo eficiente… juro que nunca mais vou ao cinema se não me deixarem sentar num lugar de coxia.

2. Qual a tua sessão preferida?
A primeira ou a última. As salas estão normalmente vazias, não há pipoqueiros mastigadores militantes e sluuurrps de bebidas gasosas e é mais fácil sair quando se apanha com uma banhada do género Revenge of the Sith.

3. Qual o primeiro filme que te fascinou?
Provavelmente um filme de animação qualquer, mas não me lembro qual, tenho poucas memórias dos meus tempos de bébé.

4. Para que filme gostarias de te ver transportado(a)?
Detesto este tipo de perguntas. Claro que não me queria ver em filme nenhum, que vida previsível conhecer o fim antes de chegar ao meio.

5. E já agora, qual a personagem de filme que gostarias de conhecer um dia?
Nenhuma. Na vida, não gosto de personagens, só de pessoas.

6. E que actor(actriz)/realizador(a)/argumentista/produtor(a) gostarias de convidar para jantar?
Jantar? Hmm… não me importava de servir uma salada de ipecacuanha ao Lucas, para o fulaninho sentir ao vivo os efeitos do episódio três.

7. A quem vou passar isto?
Não desejo mal a ninguém. Excepto, momentaneamente, ao Lucas e já lhe disponibilizei a salada, é suficiente.

sexta-feira, maio 27, 2005


Prontos...

Apanhado por um Grande Incompetente.

1. Qual o último filme que viste no cinema?
Juro que não me lembro. Geralmente, tudo que é filme recente, saco da net vejo em casa. Sair é mais teatro, concertos e vernissages com álcool.
2. Qual a tua sessão preferida?
Pelo supra exposto, uma privada depois da meia-noite – mas não desdenho uma a outra qualquer hora, não sou esquisito.
3. Qual o primeiro filme que te fascinou?
Elmer Gantry, com Burt Lancaster. Uma adaptação do livro de Sinclair Lewis. Sempre curti um bom vilão, daqueles que nunca são apanhados e ainda por cima nos inspiram pena.
4. Para que filme gostarias de te ver transportado(a)?
Para qualquer Star Trek. Gostava de experimentar aquele transportador de pessoas em que desaparecem e aparecem todos muito sorridentes no planeta mais próximo. Só pode ser uma experiência orgástica interessante.
5. E já agora, qual a personagem de filme que gostarias de conhecer um dia?
A Cora Papadakis.
Eu relembro: era a Jessica Lange em "O carteiro toca sempre duas vezes". Sempre achei que o Jack não tinha mãozinhas para aquilo.
6. E que actor(actriz)/realizador(a)/argumentista/produtor(a) gostarias de convidar para jantar?
Nenhum(a). É muito ego inflado.
7. A quem vou passar isto?
A todos os gazeteiros aqui do sítio!

quarta-feira, maio 25, 2005


Kofi, amigo, Portugal está contigo!

António Guterres foi afastado de Belém. A nação rejubila: já não é preciso engolir vivo um elefante comedor de bolo rei!

Entretanto, Sócrates chora. Está muito emocionado com a escolha do novo ACNUR. Diz que é uma vitória para Portugal. De acordo, o país só tem a ganhar com o afastamento de Guterres do solo pátrio, mas também não é caso para remelas lacrimosas: o homem tem 56 anos, o cargo não é vitalício e ainda há muita eleição presidencial para contornar. Pessoalmente, culpo a Igreja Católica: por que carga de água não pode um beato ser eleito papa?

terça-feira, maio 24, 2005


Aos meus amigos benfiquistas

Tenho muitos amigos benfiquistas. Digo mesmo, sem pejo: some of my best friends are lampions. Tudo boas pessoas, excelentes mesmo, não obstante o defeitozinho de fabrico. Adelante, não sou de atazanar ninguém com acusações de má formação genética e faço-lhes a justiça de acreditar que a culpa não é deles. Coitados, como se não lhes chegassem os cromossomas duvidosos e as más influências na tenra infância.

Ora, estão exultantes, os meus amigos benfiquistas. Sempre eram onze anos, pobrezinhos, e já não aguentavam (afinal são tipos que vivem de glórias cinquentenárias) os catraios deste país a perguntar: ó papá, mas o Benfica alguma vez ganha?

Agora andam felizes e eu gosto de os ver assim. O nosso JoãoG até agradeceu ao Trap, que, vendo bem as coisas, deve ser o fulano menos responsável pela vitória… bom, suspeito que queria agradecer ao roupeiro, mas, com a emoção, não se lembrava do nome desse grande arquitecto do título. E o Filipe até "postou", mas, aqui entre nós, foi apenas por superstição… eu disse-lhe que o Benfica não ganharia mais nada se ele não passasse a escrever regularmente e ele pensou que las hai, hai. Hossana! Hossana! Call me Vostradamus.

E o meu amigo Afonso, que foi ao Bessa com as crianças? Veio afónico, mas sussurrou-me que valeu a pena, a prole já estava em risco de conversão a outras causas. A custo, ainda lhe saiu que maior alegria só se o FCP descesse de divisão e o Pintinho fosse encarcerado. Não é completamente burro este palonço, bandalho corruptor de menores, mas está em apneia desde domingo à noite e a oxigenação do isolado neuroniozinho sofre.

Bom, com a bonomia que me caracteriza, daqui congratulo todo o pessoal do jejum: sou lá mulher para negar uma gota de bálsamo na bossa a infelizes há tanto tempo no deserto? Aliás, como penhor dos meus afectos, desde já protesto a maior clemência em todos os processos disciplinares que mandei instaurar aos funcionários que me apareceram ontem de trapo fedorento ao bócio. Promessa que cumprirei mal se acabe o gás deste Zippo.


Esperamos, desconfiados

Do SLB, do meu SLB, esperei mas desconfiei sempre: a inconstância das exibições, a qualidade duvidosa de mais de metade do plantel (quando comparada com a dos mais directos competidores) fizeram elevar o consumo de ansiolíticos e de nitroglicerina, durante os jogos dos recém-campeões nacionais, pelos mais frágeis e apaixonados adeptos.

Foi o meu caso, esgotadas que foram as soluções-amuleto. A saber: o relógio da sorte deixou de resultar no Belenenses-Benfica, o pelúcio oficial do Benfica regressou à gaveta no Rio Ave - Benfica e até o wallpaper do telemóvel com o símbolo do clube foi substituido por uns golfinhos simpaticamente inofensivos post-derrota em Penafiel.

Adepto, sócio no caso vertente, toma sempre o desejo por realidade e, às vezes, uma ou outra exibição de "engate" até me faziam crer que "tínhamos homens". E a verdade é que por mérito próprio, mas também por demérito alheio, se conseguiu inverter, pontualmente?, a tendência para o abismo das últimas duas décadas.

Importa, portanto, festejar muito mas com os pés assentes na terra: é necessário prosseguir a diminuição do déficit orçamental monstruoso do clube e, ao mesmo tempo, investir selectivamente em activos de qualidade. Saber se os dirigentes do clube são, ou não, capazes de ter a lucidez, a coragem e os meios para prosseguir este caminho e inverter, definitivamente, a tendência é a interrogação que fica já no curto prazo.

Espero, mas desconfio. Oxalá me engane porque as oportunidades escasseiam e já se ouvem rumores de que vêm aí os russos...

A palavra pertence, agora, ao governo, perdão!, à SAD.

domingo, maio 22, 2005


Obrigado


Durante onze anos tivemos melhores plantéis, bons treinadores e, sempre, grandes adeptos. Na verdade, nem todos souberam carregar sobre ombros o peso da grandeza do nome, do memorial, da aterradora pressão.
Conseguiste, sabe lá deus como, mas agora pouco interessa.

Obrigado!

sexta-feira, maio 20, 2005


Já agora... uma duvidazinha:

Cada vez que acedem ao vosso counter não aparece uma bandeirinha de nacionalidade diversa da do vosso servidor?
É que do meu local de trabalho sou tunisiano e de casa islandês.
Bem, do mal o menos: ficava bem mais lixado se de um lado fosse portista e do outro boavisteiro.

quinta-feira, maio 19, 2005


É só para avisar!

Dada a exiguidade da caixa de correio do hotmail - e porque somos sovinas e não estamos para pagar mais memória àqueles chupistas -, mudámos o nosso e-mail para guardafactos@gmail.com, com uma capacidade total de 2210 MB. Assim sendo, já podem mandar à vontadex pics de gajas e de gajos nus que eu mesmo farei a respectiva distribuição pelos meus co-bloggers, e subsequente triagem, apagando as dos marmanjões e guardando, terna e delicadamente, as das gatonas...

quarta-feira, maio 18, 2005


Minuta, despacho, Espírito Santo… ámen

Colocar Nobre Guedes no Ambiente foi assim a modos que colocar Carlos Silvino nos escuteiros.

segunda-feira, maio 16, 2005


Portugal é feio

Temos a orla marítima, meia dúzia de serras e a claridade de Lisboa. É o Portugal recebido de bandeja. Depois, do Portugal dos portugueses, salvam-se alguns centros históricos. Concedo uma ou outra aldeia isolada nas fraldas. E tudo o resto é feio, muito feio.

Saia-se, por exemplo, de Lisboa para um passeio turístico pelo litoral: Sintra, Mafra, Ericeira, Peniche. À partida, um percurso de excepção. Qual excepção? É a regra: feio, muito feio. Quanto ao périplo pelo IC19, estamos conversados: apenas dormitórios deprimentes, com nomes infelizes como Cacém ou Massamá. Amontoados de caixotes de betão, com periferias de serviços, em que se destacam as ubíquas grandes superfícies. Atracções como o Paraíso do Contraplacado ou o Éden das Canalizações e Louças Sanitárias. De Sintra aproveita-se a parte monumental. O resto pouco se distingue dos vizinhos Algueirões, mais atentado, menos plano director municipal. Em direcção a Mafra, apenas urbanizações manhosas e o tipo de vida industrial que se traduz em barracões pré-fabricados, garagens com veículos abandonados à porta e muitas cercas de arame. Pára-se no Convento - mais uma no cravo da monumentalidade - e, a partir daí, o caminho é sempre a subir, em feiura também, até às horripilantes tendas de recuerdos no Cabo Carvoeiro, autorizadas por algum mafioso invisual. Impressionante como um passeio à beira de uma orla fabulosa pode ser tão, mas tão feio.

Querem tentar um giro pelo sul? A sério? Vamos lá ser objectivos: tirando as praias, o que há depois da(s) ponte(s)? Um ou outro restaurante com bom peixe e estamos conversados. Aliás, a Costa da Caparica chega a ser excruciante de feia. E vamos deixar cair um véu piedoso sobre Almadas, Barreiros e quejandos…

Não há como escapar a esta realidade. Viaje-se pelas aldeias do norte, semeadas de vivendas apalhaçadas em estilo mêzon, antros de estatuária e mosaico a granel; pelas vilas algarvias transformadas em depositários subservientes de salsicheiros alemães ou homens do lixo ingleses; ou pelos subúrbios descarnados das cidades: o Portugal dos portugueses é mal atamancado, pobre, sujo e, sobretudo, feio, muito feio.

sábado, maio 14, 2005


The last and the least

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Mensagem, Fernando Pessoa
Portugal deve ser lembrado mesmo quando deixar de existir a língua em que foram escritos os seus versos.

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Todas as que foram interpretadas pelo Johnny Depp.

Qual foi o último livro que compraste?
Word Origins, Linda and Roger Flavell

Qual o último livro que leste?
I Can Make You Thin, Paul MacKenna
"Don´t let him fool you, governors", li-o em três horas e dez minutos depois estava a comer um gelado (e eu nem gosto de gelados)

Que livros estás a ler?
No início: Agradece o Beijo, Ana Zanatti
Intermitentemente: Rodrigues, O Intérprete, Michael Cooper, S.J.
A reler: At Swim-Two-Birds, Flann O’Brian

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Leaves Of Grass, Walt Whitman
Obra Completa, Jorge Luís Borges
Ulisses, James Joyce
El Ingenioso Hidalgo Don Quijote De La Mancha, Miguel de Cervantes Saavedra
E, para entreter os vizinhos:
O Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
A ninguém, até já o meu cão e os três gatos responderam a este inquérito.

sexta-feira, maio 13, 2005


Prioridades, prioridades...



Carmona Rodrigues quer acabar com as manchas negras.
Não lhe daria maior credibilidade acabar antes com aqueles buracos...?

quinta-feira, maio 12, 2005


Tentando sair do asco

Sócrates quer constituição de empresas na hora.
Juro que não entendo a oportunidade da medida. Tal como as coisas estão, não seria preferível uma dissolução no minuto...? Ou um processo de falência lépido ao segundo? Ou, mesmo, fundi-las ao mícron?
Ok, juro que tentei...


Asco

Cito do Público:

"Matar uma criança no seio materno é mais violento que matar uma criança de cinco anos". A frase foi proferida pelo padre Domingos Oliveira, da paróquia de Lordelo do Ouro, durante a missa de sétimo dia de Vanessa Pereira, a menina de cinco anos que morreu vítima de maus tratos no Porto.

Uma criança no ventre da mãe "não se pode defender" de qualquer agressão, enquanto "uma criança de cinco anos pode reagir, pode chorar, queixar-se". O padre Domingos Oliveira diz mesmo que "há mortes que são mais graves e outras que são menos graves".

segunda-feira, maio 09, 2005


Beyond here, there be no football

O nosso Diego (gosto deste hábito antigo – penso que beirão – de usar o possessivo quando nos referimos a alguém da famiglia… e no GF somos cinco "irmões" dentro do campo, como diria um jogador do tempo em que os mesmos ainda não sabiam falar à mesa, que agora já são todos muito letrados, usando na perfeição o garfo de sobremesa) tem as contas todas feitinhas e prova, por empate mais derrota, a quem o quiser ouvir, como o nosso fêquêpê (este possessivo já não é da família, é apenas meu e do assanhado optimista) ainda vai ganhar a superliga. Mas não aprendeu a importar tabelas do Excel para o blog (leia-se aqui uma tosse irritante) e, só por isso, mantém-se mudo.

O nosso Filipe (que, acaso escrevesse, muitos identificariam como heterónimo de Mourinho, tal a sua capacidade táctica) recusa-se a elaborar sobre o tema para não azarar o frágil equilíbrio da esperança vermelhusca. Pelo menos, é essa a desculpa que ele dá, e eu, claro, acredito: os catedráticos lampiões são uma espécie não só extremamente rara como muito supersticiosa. Já o nosso JoãoG não está de esperanças. Ponto. Não vai arriscar assim um capital precioso… o que, aliás, até me parece a atitude mais sensata para um benfiquista com módico instinto de preservação.

A nossa Francisca é agnóstica e tem alguma dificuldade em distinguir uma bola de futebol de uma bola de Berlim. Ou de um berlinde. Em consequência, as suas opiniões sobre futebol são um pedacinho falíveis, a não ser que se trate da selecção nacional, caso em que imediatamente sugerirá que se tome Olivença pela força. Por mim, ando algo snob e só discuto a Premiership. Até ao dia em que as previsões do Diego se verificarem, obviamente.

E como não temos cá lagartos, escorpiões ou outras vítimas do sistema, também não podemos fazer uma daquelas declarações "garganeiras" tão comuns aos adeptos de equipas secundárias que vêem um leãozito ao fundo do túnel, pelo que só me resta informar que o GF não está em condições de abordar o mais pertinente tema nacional.

sexta-feira, maio 06, 2005


Bloggers anónimos



Ilustração do Zero à Esquerda

A propósito de uma reportagem no Público de hoje, volta a velha conversa do menosprezo pelos cibernautas não identificados, referidos pelos assinados como pouco credíveis, difíceis de responsabilizar e cobardolas.

Antes de mais, a credibilidade de um escriba anónimo é rigorosamente a mesma de um identificado desconhecido. O facto do Totó do Blog dos Tansos dizer "a posição de Sampaio sobre o referendo do aborto é sobremaneira sensata" tem rigorosamente o mesmo valor que o António Maria da Silva do Blog dos Economistas Abaixo Assinados proclamar "a posição de Sampaio sobre o referendo é uma tremenda pulhice". Aliás, ambas as posições têm rigorosamente o mesmo valor da da D. Bárbara da pastelaria, quando questiona: "esse aborto do Sampaio tem de tomar posição sobre tudo?", ou da do Senhor Cardoso do talho ao apregoar " bifes do lombo em saldo!" Pensando bem, o Senhor Cardoso é capaz de ter mais impacto no tecido social. Obviamente que o Maria dos Economistas Assinados se julga mais credível por apor a firma no escrito, mas com o convencimento das firmas pode a Blogosfera bem.

Se o escriba é identificado e conceituado, hurrah para ele, que aproveita para dar o peso do conceito à sua opinião sobre o bife do lombo. E se o anónimo também o é, mas prefere não juntar o peso da figura à figura de estilo, será que merece menos credibilidade pela modéstia?

Quanto à questão da responsabilização, qualquer blogger pode ser responsabilizado, chame-se Capitão América ou Paulo Portas. A única diferença é que quem quiser responsabilizar o Capitão América tem de fazê-lo pelos canais competentes e quem quiser responsabilizar o Senhor Portas pode fazê-lo de forma ínvia. O anonimato não protege o Totó dos seus actos, mas protege-o de quem quiser atacar o seu direito à privacidade. De facto, ter opinião não significa querer ser figura pública. Eu sei que isto é muito difícil de entender pelos media whores, mas, que querem, há por aí seres estranhos que prefeririam comer cardos ao jantar do que interagir com a Moura Guedes num écran em frente ao jantar dos outros.

Já em relação à cobardia, dou alguma razão aos teóricos da assinatura. O prémio Nobel que escreve historietas de ficção científica sob pseudónimo não passa de um pusilânime. Não está para se chatear com os risos escarninhos dos colegas catedráticos...? O poltrão! E que problemas teria o médico que desabafa os seus horrores contando anedotas negras no blog com o nick bacilo, se assinasse? Como se os doentes não gostassem de um pedacinho de ironia… até lhes alivia os sintomas! Ou o juiz que escreve ditirambos sarcásticos sobre governantes com o nick Pancada de Molière? Toda a gente sabe que a justiça é cega e os crimes dos políticos prescrevem por definição… Pior, e aqueles escribas que só querem mesmo é evitar receber feedback pessoal de quem os lê? Cambada de virgens timoratas, levem lá com as palmadinhas nas costas e as abordagens não solicitadas e deixem-se de frescuras.

Assim, com a frontalidade de quem não reconheceria um pseudónimo a não ser que exibisse Bilhete de Identidade, ou usaria um heterónimo que não fosse bem apessoado, de modo a não perder a carruagem da elite blogosférica, que é algo sem o qual não durmo bem, e, sobretudo, para não lesar a boa opinião de pessoas cuja boa opinião não me podia interessar menos, deixo aqui claro que Prima não é um nick. É mesmo o meu nome. Completo.

quinta-feira, maio 05, 2005


O sacrificado



Esta é, sem dúvida, a melhor desculpa que alguém já deu para não emagrecer. O abnegado gordo é Alfred Hitchcock e a dedicada Alma a sua mulher.

Do you know the proof of [Alma’s] love for me? She diets with me. She doesn’t have to, but to make it easier for me, she eats only what I eat. Then she looses the weight and I don’t. I couldn’t afford to stay too long on a diet, or the Madame might disappear entirely.

terça-feira, maio 03, 2005


Queixinhas

Só porque postei dois textinhos sem qualquer conteúdo (verdad!), fui alvo de algumas ameaças veladas nas últimas 24 horas. Sms’s, recadinhos na secretária, telefonemas gozões, e-mails dúbios, boquinhas de circunstância, insinuações várias.

- Este blog não é para ajavardar! - alertaram-me.
- Onde é que está o javardo? – ripostei.
- Ajavardar não implica forçosamente um javardo...
- Sem dúvida, o género não está em causa – concordei.
- JoãoG...!
- Sim, querida... – aproveitei para exalar charme.
- Aquelas duas fotos seguidas não fazem sentido! Aqui o lema é outro: a palavra é que vale por mil imagens...
- Ai sim...? E as imagens quanto valem?
- Valem o que valem.
- Isso não é resposta! – arrisquei.
- Entenda como quiser.
- Valorizam o espaço que ocupam...?
- Olhe, eu, piquenas e outras puerilidades que tais, aconselho um screensaver, dá-lhe o mesmo gozo e poupa-nos a fanzices de puto.
- Pois fique sabendo que se eu não estivesse a tentar bater o meu record no sumogame, prantava-lhe já ali com quatro angelinas jolies!

segunda-feira, maio 02, 2005


O consigliere pendura

Quase todos os homens se consideram bons condutores. Brincaram com carrinhos em pequeninos e isso deu-lhes calo, está-se mesmo a ver... De facto, de facto, uns são bons, outros nem por isso e muitos não passam de nódoas. Em geral, dos convencimentos infantis não vem grande mal ao mundo e não há particular vantagem em explicar-lhes que aquele jogo de pés é mais sapateado que desporto ou que o excesso de mudanças por metro quadrado é mais desconforto que destreza.

Ao inócuo delírio de imagem, acresce, no entanto, que indivíduos com, pelo menos, seis graus de separação do chimpanzé, que, normalmente, respeitam a inteligência e capacidade alheias, sem tolice de raça, religião ou cromossoma, usam, quando conduzidos por uma mulher, proferir inanidades como "agora tudo para a direita". E vá-se lá dizer-lhes "ainda bem que aqui está, homem querido, sem si eu ia mesmo era enfiar o veículo dentro da montra da pastelaria, como faço todas as manhãs por esta hora, não reparou nos riscos brancos no pára-choques? são marcas de chantilly"…

Uma mulher pode ter conduzido centenas de milhares de quilómetros, por terras e pisos variados, pode até ter feito alguma competição, pode perceber de mecânica e saber de carros, mas, obviamente, não beneficia da precisão ocular do macho da espécie para parquear. Vendo bem as coisas, quantas arrumadoras andam por aí à caça da moedinha? QED, de forma pura, clara e cristalina. O que me leva a perguntar: para sair daqui, devo bater primeiro no poste de electricidade ou basta atropelar a velhinha?


Terapia pela luz

É já a seguir.
É que é mesmo já a seguir!

domingo, maio 01, 2005


Como quem quer a coisa



Não há nada mais ansiolítico do que acautelar uma segunda-feira. E uma segunda-feira não tem nada a ver com uma primeira. Aquela, madrasta, persiste em manter crivos fantasiosos da primeira, iludindo a crueza do novo começo. Precavê-la é preservar a memória, imprimindo o ímpeto e a garra exigidos pela segunda.

O escrito é circular, bem sei, mas quem resiste à comoção perfeita – profusamente espiritual, diga-se – de uma primeira...?